terça-feira, 24 de maio de 2005

AINDA QUE MAL PERGUNTE
(Fernando Pessoa)

Ainda que mal te pergunte,
Ainda que mal respondas;
Ainda que mal te entenda,
Ainda que mal repitas;
Ainda que mal insistas,
Ainda que mal desculpes;
Ainda que mal me exprima,
Ainda que mal me julgues;
Ainda que mal me mostre,
Ainda que mal te encare,
Ainda que mal te furtes;
Ainda que mal te siga,
Ainda que mal te voltes;
Ainda que mal te ame,
Ainda que mal o saibas;
Ainda que mal te agarre,
Ainda que mal te mates;
Ainda assim, pergunto: Me amas?
E me queimando em teu peito
Me salvo e me dano...
...de Amor!!!

quinta-feira, 19 de maio de 2005

“O menino doce
me marcou na pele um cheiro
que não me deixa dormir direito

Um cheiro na pele
na face, nos cabelos

E no lado de meus lábios
o gosto incompleto de um beijo”

sexta-feira, 13 de maio de 2005

POEMAS DO CáRCERE
( Da Negação do Amor)

“Maldigo o dia
a hora em que te conheci
Maldigo as vozes e os versos
que te trouxeram a mim

Renego todas as tardes
em que estiveste ao meu lado
Todos os olhares em arabescos
com que te desenhei

Rejeito todos os risos
e todos os riscos
Rejeito este amor que tenho
sem nunca tê-lo tido

Desminto agora
a poesia que há em ti
Rasuro todas as letras
com que um dia te rimei
De hora em diante
Nego-te
todas as minhas estrofes!

Repudio a vertigem da tua presença
e esconjuro a ausência
do teu corpo no meu
Desprezo o descompasso
de minhas veias
no cingir dos olhos teus

Menosprezo-lhe o figmento
o fingimento
as amarras
as farsas
as máscaras

E sobretudo
abjuro
o todo de ti
que se fez tão covarde em mim.”

quinta-feira, 5 de maio de 2005

POEMAS DO CÁRCERE
(Do amor recorrente)

"De tudo o que não houvemos de ter
sabe em mim o sabor
da tua luxúria em sonhos"

terça-feira, 19 de abril de 2005

POEMAS DO CÁRCERE
(Do amor reconhecido)

Eu sou aquela que vela
a ausência do teu corpo dormente
aquela que se fizera erva
e se quisera hera
a crescer nos teus quintais

Sou aquela que se perdera
no calor da espera
e do não ter
em que te tenho tido
tua última quimera
se me faz presente
tão logo em mim se encerra

Sou aquela que é noite
e na noite que inverna
Sou aquela que soletra
o teu Amor num vão

quarta-feira, 13 de abril de 2005

sexta-feira, 8 de abril de 2005

HAICAIS DO CAMINHO
#3
"Há saudade, espera e desejo
na boca
que se prepara para o beijo"

quarta-feira, 6 de abril de 2005

"Se eu ficar repetindo
infinitamente
que te amo,
até que se acabem as letras
dos alfabetos todos,
será que deus se compadece
e devolve você pra mim?"

segunda-feira, 4 de abril de 2005

sexta-feira, 1 de abril de 2005

"Me rouba
me rouba feito flor
me leva embora
com terra
cor
e raiz
e depois me replanta
me rega
me cuida
- me cuida
nos terrenos teus"

quinta-feira, 31 de março de 2005

Dêem uma olhada aqui Cinco Contra Um.
Blog novo, coletivo (adoro blogs coletivos), muito bom.
Tem texto meu também como convidada da semana.

quarta-feira, 30 de março de 2005

OS HAICAIS DO CAMINHO
# 1

"Quanto céu
poeira, estrada
até o encontro
da boca dulcíssima"

terça-feira, 22 de março de 2005

Para Márcia Maia

"Entre o querer
e o poder
quantos sonhos perdidos
à espera de nós dois

Entre a sombra tua
e a boca minha
que pulsar errante
de desejo intenso

Quanta terra pedra estrada
entre a rotina tua
e o meu querer a mim

E conquanto seja Amor
seja livre no entanto
para partir e vir
o teu em mim
aos braços meus"

domingo, 20 de março de 2005

VISLUMBRE “O menino da montanha tem um jeito estranho de se dizer E em suas reticências que fecham e abrem um universo todo a sugerir silêncios”

quarta-feira, 16 de março de 2005

POEMA DE URGÊNCIA

“Caminho
caminhas comigo
Engendro
sublime e lascivo
Meu pensar é teu domínio

(estás incrustado em minha íris)


Sigo
tua mão me leva
Suspiro
tua voz me enleva
Sou desejo vento espera

(logo, logo, meu Amor tem pressa)

terça-feira, 15 de março de 2005

Paisagem na Janela

Todo dia a mesma estação
Todo dia o mesmo trajeto
Todo dia a mesma visão

(mas em meados do caminho
hoje
o arbusto amarelo floresceu)

segunda-feira, 14 de março de 2005

AMAR MARCELO
MAR
VERDE MAR
É VERDE
VER-
TE
VER
TE
NTE
DE FELICIDADE

(marcelotinhaumaalmaverde)

quinta-feira, 10 de março de 2005

“O teu corpo
no meu corpo
- não há de importar
desde que a tua alma
faça amor
com o meu te amar”

segunda-feira, 7 de março de 2005

O PESCADOR DE ESTRELAS

Sentado à beira da Lua
pescas estrelas
enqüanto germino entre os astros
o meu canteiro de sonhos


E na grandeza
deste mundo insuspeitado
tu pousas sobre mim
o teu olhar descansado
corisco abrilhantado
no proscênio do céu
que convidaste desde então
a morar dentro de mim

Alumbrada
piso nuvens pandas
Âmbar
que abranda o meu caminhar

E pelas vidraças da bem-aventurança
cintila por ti
- Bálsamo e benção
o véu de constelação
que hoje cobre os olhos meus

quarta-feira, 2 de março de 2005

Mais do que um presente do meu mais do que amigo Júlio Castro:

"Um dia quero escrever uma poesia-você,
com brisas agradáveis de nuances-amor-vento,
de belos versos poeta-azul e poetisas vidas-cor-de-rosa.

Um poema sua vida,
de rimas longas e penúltimos estrofes fortes intermináveis.

Quero um dia escrever uma poesia de sua leve-eternidade.
Um poema inovador de verbos lindos e versos-And."

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

And V

"Quero ser o desejo
corsário e límpido
o início do ciclo
a Única Flor

Antes
o roçar de asas em meus seios
que mãos de pedra a me tocar

Não quero ser a que fica
quero ser sonho e ser dormida
o esgar dos lábios soabertos
e o suplício da partida

Não quero ser Amor
quero ser Poesia"

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Este poema é do meu filhote, meu Amor mais lindo...

"Minha mãe
é a água da chuva
que veio pra fazer o bem"
Marcelo Sabiá

domingo, 20 de fevereiro de 2005

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Estou de luto dos meus sonhos.
Peço licença aos amigos: preciso morrer um pouco pra depois poder nascer de novo.

And

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

“Que para falar de Marpessa
com a grandeza que lhe convém,
é preciso esperar que se criem as palavras.
Pois que não as tenho,
inda assim tentarei dizer:

Marpessa é a beleza e o perigo,
o riso e a instrospeção.
Marpessa é a crueza dos desígnios
e a leveza das declarações.
Marpessa é um ser-todo
Estar com Marpessa é perder-se de Amor.

E assim sendo,
e sendo tanto,
assim me encontro: quedada de Amor e Luz
aos pés de Marpessa."

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

DA TRISTEZA MAIOR

No dia em que morreu o amor
o sol nasceu como todos os dias
o tempo correu como todos os dias
a vida seguiu


como todos os dias

Mas para o sol
para o tempo
e para a vida
nenhum outro dia
foi igual aquele

domingo, 6 de fevereiro de 2005

"Hoje
caminhei pelas ruas sob o sol
em saias longas
mas a alegria não me veio
Despertei pra tua ausência
e a história
que a tua falta me conta
fala de cores e calores
cheiros, toques e sabores
fora do alcance
da avidez pálida de minhas mãos.

Sigo sob o sol
e enquanto tua falta me consome
teu corpo roça o meu pensar"

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

O PRINCÍPIO DA INCERTEZA

Do que o meu corpo precisa?
O que minha alma quer?

O quanto eu imagino
do tanto que você é?