quinta-feira, 31 de março de 2005

Dêem uma olhada aqui Cinco Contra Um.
Blog novo, coletivo (adoro blogs coletivos), muito bom.
Tem texto meu também como convidada da semana.

quarta-feira, 30 de março de 2005

OS HAICAIS DO CAMINHO
# 1

"Quanto céu
poeira, estrada
até o encontro
da boca dulcíssima"

terça-feira, 22 de março de 2005

Para Márcia Maia

"Entre o querer
e o poder
quantos sonhos perdidos
à espera de nós dois

Entre a sombra tua
e a boca minha
que pulsar errante
de desejo intenso

Quanta terra pedra estrada
entre a rotina tua
e o meu querer a mim

E conquanto seja Amor
seja livre no entanto
para partir e vir
o teu em mim
aos braços meus"

domingo, 20 de março de 2005

VISLUMBRE “O menino da montanha tem um jeito estranho de se dizer E em suas reticências que fecham e abrem um universo todo a sugerir silêncios”

quarta-feira, 16 de março de 2005

POEMA DE URGÊNCIA

“Caminho
caminhas comigo
Engendro
sublime e lascivo
Meu pensar é teu domínio

(estás incrustado em minha íris)


Sigo
tua mão me leva
Suspiro
tua voz me enleva
Sou desejo vento espera

(logo, logo, meu Amor tem pressa)

terça-feira, 15 de março de 2005

Paisagem na Janela

Todo dia a mesma estação
Todo dia o mesmo trajeto
Todo dia a mesma visão

(mas em meados do caminho
hoje
o arbusto amarelo floresceu)

segunda-feira, 14 de março de 2005

AMAR MARCELO
MAR
VERDE MAR
É VERDE
VER-
TE
VER
TE
NTE
DE FELICIDADE

(marcelotinhaumaalmaverde)

quinta-feira, 10 de março de 2005

“O teu corpo
no meu corpo
- não há de importar
desde que a tua alma
faça amor
com o meu te amar”

segunda-feira, 7 de março de 2005

O PESCADOR DE ESTRELAS

Sentado à beira da Lua
pescas estrelas
enqüanto germino entre os astros
o meu canteiro de sonhos


E na grandeza
deste mundo insuspeitado
tu pousas sobre mim
o teu olhar descansado
corisco abrilhantado
no proscênio do céu
que convidaste desde então
a morar dentro de mim

Alumbrada
piso nuvens pandas
Âmbar
que abranda o meu caminhar

E pelas vidraças da bem-aventurança
cintila por ti
- Bálsamo e benção
o véu de constelação
que hoje cobre os olhos meus

quarta-feira, 2 de março de 2005

Mais do que um presente do meu mais do que amigo Júlio Castro:

"Um dia quero escrever uma poesia-você,
com brisas agradáveis de nuances-amor-vento,
de belos versos poeta-azul e poetisas vidas-cor-de-rosa.

Um poema sua vida,
de rimas longas e penúltimos estrofes fortes intermináveis.

Quero um dia escrever uma poesia de sua leve-eternidade.
Um poema inovador de verbos lindos e versos-And."

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

And V

"Quero ser o desejo
corsário e límpido
o início do ciclo
a Única Flor

Antes
o roçar de asas em meus seios
que mãos de pedra a me tocar

Não quero ser a que fica
quero ser sonho e ser dormida
o esgar dos lábios soabertos
e o suplício da partida

Não quero ser Amor
quero ser Poesia"

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Este poema é do meu filhote, meu Amor mais lindo...

"Minha mãe
é a água da chuva
que veio pra fazer o bem"
Marcelo Sabiá

domingo, 20 de fevereiro de 2005

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Estou de luto dos meus sonhos.
Peço licença aos amigos: preciso morrer um pouco pra depois poder nascer de novo.

And

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

“Que para falar de Marpessa
com a grandeza que lhe convém,
é preciso esperar que se criem as palavras.
Pois que não as tenho,
inda assim tentarei dizer:

Marpessa é a beleza e o perigo,
o riso e a instrospeção.
Marpessa é a crueza dos desígnios
e a leveza das declarações.
Marpessa é um ser-todo
Estar com Marpessa é perder-se de Amor.

E assim sendo,
e sendo tanto,
assim me encontro: quedada de Amor e Luz
aos pés de Marpessa."

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

DA TRISTEZA MAIOR

No dia em que morreu o amor
o sol nasceu como todos os dias
o tempo correu como todos os dias
a vida seguiu


como todos os dias

Mas para o sol
para o tempo
e para a vida
nenhum outro dia
foi igual aquele

domingo, 6 de fevereiro de 2005

"Hoje
caminhei pelas ruas sob o sol
em saias longas
mas a alegria não me veio
Despertei pra tua ausência
e a história
que a tua falta me conta
fala de cores e calores
cheiros, toques e sabores
fora do alcance
da avidez pálida de minhas mãos.

Sigo sob o sol
e enquanto tua falta me consome
teu corpo roça o meu pensar"

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

O PRINCÍPIO DA INCERTEZA

Do que o meu corpo precisa?
O que minha alma quer?

O quanto eu imagino
do tanto que você é?


segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

ALCÂNDOR *

“Brancas, as águas agitam as angras
Não há portos, só navios... meu coração
E o meu coração emerge nas vagas
- e sangra
de desprazimento, enquanto digo-te como um ato de contrição

Há brumas em meu mar que-seria
e nas areias em que não piso... e o sol... jamais
E a tua imagem, em mim, é uma galeria
de paredes vazias, de sombras e visões irreais

Há um quê de lúbrico nesta melúria
inconstante, em sua veleidade descontente
Tua face, vulto fulgidio que incita a minha fúria
Perdida, num querer-te afanoso e ausente

Minha vida, ocaso tenebroso... melodia
muda, sem notas nem arranjo
No paraíso esquecido de meus dias
nunca houve, sequer, nem um anjo

E o meu coração é um camafeu
com as chagas talhadas no lado mais precioso
Anátema comiserado de um deus
caprichoso, lasso e fastioso

Quiçá seja esta dor a única maneira
de decantar e abrandar meu apanágio
Ao pé da torre há ainda uma sementeira e
vez ou outra, hão de tocar os sinos no campanário”


* 1.º lugar da Grande São Paulo - Mapa Cultural Paulista 2001/2002

quinta-feira, 27 de janeiro de 2005

Sei que pode parecer um pouco de vaidade, mas não poderia me abster de pôr meu presente no ar.
Depois de passar toda a vida desejando um irmão, não sou mais filha única.


"And: eu te amo, guria!!!
De amor de irmão de traquinagens
amor de brincar de pintar de tarde
em sulfites com giz de cera.

Te amo de cores rosas, amarelas
e outras belas
Te amo de azul misturado com vermelho e laranja
de gargalhar deitado no chão,
e pés no sofá, pro ar
depois da casa bagunçada,
(ê criançada levada!)
rindo dos vagalumes que brotam da lâmpada
e se escondem nos livros da estante!!

Te amo de olhar o teto
por horas em silêncio.
E depois arrumar tudo rapidinho
Porque logo a mãe vai chegar.

Ei!
Ali pode limpar:
Foi você quem rabiscou a parede!!!"

De Júlio Castro

quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

"Quem sabe a que escuridão de amor
pode chegar o carinho."
(Clarice Lispector)

Em que sonho eu te encontrei?
Em que sonho?
Em que ar?
Em que noite?

Em que curva roubaste o meu pensar?
Em que curva?
Em que pausa?
Em que penar?

Com que olhos hei de te tocar?
Com que olhos?
Com que palavras?
A que custar?

terça-feira, 18 de janeiro de 2005

Este poema é de meu grande e amado amigo Júlio Castro.
Devo dizer que, além de uma pessoa espetacular, o moço escreve muito, muito bem, como se pode ver:


TARDE MORNA DE AZUL

Ande hoje na ponta dos pés,
feche seus olhos,
segure em meu ombro
e me deixe lhe dar um sonho.

Ande hoje na ponta dos pés
e me dê sorrisos em câmera lenta.
Traga seu sopro refrescante,
seu cheiro morno de maresia,
seu beijo quente de nostalgia
e me faça esquecer de morrer.

Depois
posso flutuar com você?

Júlio Castro
O AMOR E O MAR

Tal qual o mar é o Amor
que tira o chão aos pés
revés
imensidão de vida que
abarca
salga o rosto
abraça
exalta o corpo
ressaca

segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

Me toca
Me roça
Me rosa
Me beija-flor

Sou crua
Sou tua
Sou nua
Sou de cor

Em mim
De mim
Prá mim
Você

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

ANTES DO FIM

Que deste Amor cuidado
com tamanha aleluia
restarão apenas cacos
de um cristal que não se quebra

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

Digo
mas digo-o com cuidado
para não ferir a solidão do ar
nem perturbar a alva placidez
dos lençóis brancos pendurados no varal

Ouça-me,
e se possível,
com a ponta dos dedos
pois que este
é o meu cortejo
enlevado em silêncios breves

Me dôo aqui
Como quem comunga em rito

Me dou
Que escrever é a minha vertigem



sábado, 8 de janeiro de 2005

POEMA PARA A QUARTA CORDA

Quisera eu
escrever um poema novo
poema de bailar de asas
de nuvem se esvaecendo
sobre o céu azul

Quisera eu
que meu poema fosse
sonho envolto em gaze
espuma que se espaça
fumaça

Queria antes um poema
com todas as nuances azuis de Bach
- as nuances celestiais da singeleza
a singeleza que dignifica
enobrece e traz sublime calma
à fatigada alma dos homens