"A ilusão exposta
em tanto desalinho..."
(Vitor Ramil)
quarta-feira, 30 de março de 2005
OS HAICAIS DO CAMINHO # 1 "Quanto céu poeira, estrada até o encontro da boca dulcíssima"
terça-feira, 22 de março de 2005
Para Márcia Maia "Entre o querer e o poder quantos sonhos perdidos à espera de nós dois
Entre a sombra tua e a boca minha que pulsar errante de desejo intenso
Quanta terra pedra estrada entre a rotina tua e o meu querer a mim
E conquanto seja Amor seja livre no entanto para partir e vir o teu em mim aos braços meus"
domingo, 20 de março de 2005
VISLUMBRE
“O menino da montanha
tem um jeito estranho de se dizer
E em suas reticências
que fecham e abrem
um universo todo
a sugerir silêncios”
quarta-feira, 16 de março de 2005
POEMA DE URGÊNCIA
“Caminho caminhas comigo Engendro sublime e lascivo Meu pensar é teu domínio
(estás incrustado em minha íris) Sigo tua mão me leva Suspiro tua voz me enleva Sou desejo vento espera
(logo, logo, meu Amor tem pressa)
terça-feira, 15 de março de 2005
Paisagem na Janela Todo dia a mesma estação Todo dia o mesmo trajeto Todo dia a mesma visão (mas em meados do caminho hoje o arbusto amarelo floresceu)
segunda-feira, 14 de março de 2005
AMAR MARCELO MAR VERDE MAR É VERDE VER- TE VER TE NTE DE FELICIDADE
(marcelotinhaumaalmaverde)
quinta-feira, 10 de março de 2005
“O teu corpo no meu corpo - não há de importar desde que a tua alma faça amor com o meu te amar”
segunda-feira, 7 de março de 2005
O PESCADOR DE ESTRELAS
Sentado à beira da Lua pescas estrelas enqüanto germino entre os astros o meu canteiro de sonhos E na grandeza deste mundo insuspeitado tu pousas sobre mim o teu olhar descansado corisco abrilhantado no proscênio do céu que convidaste desde então a morar dentro de mim
Alumbrada piso nuvens pandas Âmbar que abranda o meu caminhar
E pelas vidraças da bem-aventurança cintila por ti - Bálsamo e benção o véu de constelação que hoje cobre os olhos meus
quarta-feira, 2 de março de 2005
Mais do que um presente do meu mais do que amigo Júlio Castro: "Um dia quero escrever uma poesia-você, com brisas agradáveis de nuances-amor-vento, de belos versos poeta-azul e poetisas vidas-cor-de-rosa. Um poema sua vida, de rimas longas e penúltimos estrofes fortes intermináveis. Quero um dia escrever uma poesia de sua leve-eternidade. Um poema inovador de verbos lindos e versos-And."
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005
And V "Quero ser o desejo corsário e límpido o início do ciclo a Única Flor Antes o roçar de asas em meus seios que mãos de pedra a me tocar Não quero ser a que fica quero ser sonho e ser dormida o esgar dos lábios soabertos e o suplício da partida Não quero ser Amor quero ser Poesia"
terça-feira, 22 de fevereiro de 2005
Este poema é do meu filhote, meu Amor mais lindo...
"Minha mãe
é a água da chuva
que veio pra fazer o bem"
Marcelo Sabiá
domingo, 20 de fevereiro de 2005
"Fulgura frescor e poesia a brisa que brinca nós dois"
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005
Estou de luto dos meus sonhos. Peço licença aos amigos: preciso morrer um pouco pra depois poder nascer de novo.
And
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005
“Que para falar de Marpessa com a grandeza que lhe convém, é preciso esperar que se criem as palavras. Pois que não as tenho, inda assim tentarei dizer:
Marpessa é a beleza e o perigo, o riso e a instrospeção. Marpessa é a crueza dos desígnios e a leveza das declarações. Marpessa é um ser-todo Estar com Marpessa é perder-se de Amor.
E assim sendo, e sendo tanto, assim me encontro: quedada de Amor e Luz aos pés de Marpessa."
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005
DA TRISTEZA MAIOR No dia em que morreu o amor o sol nasceu como todos os dias o tempo correu como todos os dias a vida seguiu como todos os dias
Mas para o sol para o tempo e para a vida nenhum outro dia foi igual aquele
domingo, 6 de fevereiro de 2005
"Hoje
caminhei pelas ruas sob o sol
em saias longas
mas a alegria não me veio
Despertei pra tua ausência
e a história
que a tua falta me conta
fala de cores e calores
cheiros, toques e sabores
fora do alcance
da avidez pálida de minhas mãos.
Sigo sob o sol
e enquanto tua falta me consome
teu corpo roça o meu pensar"
terça-feira, 1 de fevereiro de 2005
O PRINCÍPIO DA INCERTEZA
Do que o meu corpo precisa?
O que minha alma quer?
O quanto eu imagino
do tanto que você é?
segunda-feira, 31 de janeiro de 2005
ALCÂNDOR *
“Brancas, as águas agitam as angras
Não há portos, só navios... meu coração
E o meu coração emerge nas vagas
- e sangra
de desprazimento, enquanto digo-te como um ato de contrição
Há brumas em meu mar que-seria
e nas areias em que não piso... e o sol... jamais
E a tua imagem, em mim, é uma galeria
de paredes vazias, de sombras e visões irreais
Há um quê de lúbrico nesta melúria
inconstante, em sua veleidade descontente
Tua face, vulto fulgidio que incita a minha fúria
Perdida, num querer-te afanoso e ausente
Minha vida, ocaso tenebroso... melodia
muda, sem notas nem arranjo
No paraíso esquecido de meus dias
nunca houve, sequer, nem um anjo
E o meu coração é um camafeu
com as chagas talhadas no lado mais precioso
Anátema comiserado de um deus
caprichoso, lasso e fastioso
Quiçá seja esta dor a única maneira
de decantar e abrandar meu apanágio
Ao pé da torre há ainda uma sementeira e
vez ou outra, hão de tocar os sinos no campanário”
* 1.º lugar da Grande São Paulo - Mapa Cultural Paulista 2001/2002
quinta-feira, 27 de janeiro de 2005
Sei que pode parecer um pouco de vaidade, mas não poderia me abster de pôr meu presente no ar. Depois de passar toda a vida desejando um irmão, não sou mais filha única. "And: eu te amo, guria!!! De amor de irmão de traquinagens amor de brincar de pintar de tarde em sulfites com giz de cera. Te amo de cores rosas, amarelas e outras belas Te amo de azul misturado com vermelho e laranja de gargalhar deitado no chão, e pés no sofá, pro ar depois da casa bagunçada, (ê criançada levada!) rindo dos vagalumes que brotam da lâmpada e se escondem nos livros da estante!! Te amo de olhar o teto por horas em silêncio. E depois arrumar tudo rapidinho Porque logo a mãe vai chegar. Ei! Ali pode limpar: Foi você quem rabiscou a parede!!!" De Júlio Castro
quarta-feira, 26 de janeiro de 2005
"Quem sabe a que escuridão de amor
pode chegar o carinho."
(Clarice Lispector)
Em que sonho eu te encontrei?
Em que sonho?
Em que ar?
Em que noite?
Em que curva roubaste o meu pensar?
Em que curva?
Em que pausa?
Em que penar?
Com que olhos hei de te tocar?
Com que olhos?
Com que palavras?
A que custar?
terça-feira, 18 de janeiro de 2005
Este poema é de meu grande e amado amigo Júlio Castro. Devo dizer que, além de uma pessoa espetacular, o moço escreve muito, muito bem, como se pode ver: TARDE MORNA DE AZUL Ande hoje na ponta dos pés, feche seus olhos, segure em meu ombro e me deixe lhe dar um sonho. Ande hoje na ponta dos pés e me dê sorrisos em câmera lenta. Traga seu sopro refrescante, seu cheiro morno de maresia, seu beijo quente de nostalgia e me faça esquecer de morrer. Depois posso flutuar com você? Júlio Castro
O AMOR E O MAR Tal qual o mar é o Amor que tira o chão aos pés revés imensidão de vida que abarca salga o rosto abraça exalta o corpo ressaca
segunda-feira, 17 de janeiro de 2005
Me toca
Me roça
Me rosa
Me beija-flor
Sou crua
Sou tua
Sou nua
Sou de cor
Em mim
De mim
Prá mim
Você
sexta-feira, 14 de janeiro de 2005
ANTES DO FIM
Que deste Amor cuidado
com tamanha aleluia
restarão apenas cacos
de um cristal que não se quebra
quinta-feira, 13 de janeiro de 2005
TARDE
Em mim tudo está quieto e parado no aguardo do grito rouco
quarta-feira, 12 de janeiro de 2005
Digo
mas digo-o com cuidado
para não ferir a solidão do ar
nem perturbar a alva placidez
dos lençóis brancos pendurados no varal
Ouça-me,
e se possível,
com a ponta dos dedos
pois que este
é o meu cortejo
enlevado em silêncios breves
Me dôo aqui
Como quem comunga em rito
Me dou
Que escrever é a minha vertigem
sábado, 8 de janeiro de 2005
POEMA PARA A QUARTA CORDA
Quisera eu
escrever um poema novo
poema de bailar de asas
de nuvem se esvaecendo
sobre o céu azul
Quisera eu
que meu poema fosse
sonho envolto em gaze
espuma que se espaça
fumaça
Queria antes um poema
com todas as nuances azuis de Bach
- as nuances celestiais da singeleza
a singeleza que dignifica
enobrece e traz sublime calma
à fatigada alma dos homens
terça-feira, 4 de janeiro de 2005
O MENSAGEIRO DOS VENTOS Este tempo que se instala em mim
traz consigo o azul e suas tempestades
é vertigem
e a leveza dos pincéis
que se insinuam em mim com suas cores
quadros e esquadros espasmos
em telas etéreas
su(pra)reais
e a força
que circunda este tempo
é olor balsâmico
força de vento e chuva
broto de flor germinado
mas ‘inda renhido em terra
é a dádiva
e o terror
e de não sabê-lo
teço, coso e amanheço
em palavras, telas, sementes
ósculos nos olhos do pescador