sábado, 2 de junho de 2012




ARENA CULTURAL

 
Clube de Leitura: Patativa do Assaré - O Sertão Dentro de Mim

SESC Vila Mariana
 
 
Dia(s) 12/06
Terça, às 15h.




Autores: Tiago Santana e Gilmar de Carvalho, Edições SESC SP, Editora Tempo d’Imagem - 2010, 144 páginas. 40 vagas. Inscrições na Central de Atendimento a partir do dia 1/6. Sala 3, 6º andar - Torre A.

Nascido na cidade de Assaré, região do Cariri, Ceará, Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa, é uma referência na poesia brasileira de cunho tradicional e dicção popular. Alfabetizado aos doze anos, a partir dessa época passa a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Com cerca de vinte anos de idade recebe o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do canto desta ave. Além da impressionante capacidade de memorização, o poeta se destaca pelo talento e versatilidade, compondo tanto versos nos moldes camonianos quanto poesia de rima e métrica populares. Importante registro e testemunho de um artista e de uma época, o livro homenageia o centenário de nascimento do poeta popular por meio de fotografias e textos que abrangem os principais momentos de sua vida. A obra constitui-se em um inventário fortemente visual que possibilita compreender quem foi esse artista, onde viveu e em qual contexto desenvolveu a excelência de sua produção poética.

Com Andréa Muroni, poetisa, arte-educadora e contadora de histórias. Formada em Jornalismo pela UMC – Universidade de Mogi das Cruzes, cursou ainda Letras Inglês e Letras Francês na PUC SP. Trabalha com projetos de incentivo à leitura e escrita através do uso de poemas e contações de histórias desde 2004, além de ministrar oficinas, workshops e palestras sobre Literatura Brasileira e Poesia por todo o Estado de São Paulo.

GRÁTIS


http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=222267

segunda-feira, 23 de abril de 2012


Pra dizer a verdade
nem percebi direito quando entrou.
Era antigo convidado
a deitar conversa no portão
até que, sem que eu me desse conta
foi botando chapéu baixo do braço e
entre uma conversa e a vida
foi vindo
Quando vi
já tinha puxado cadeira
e se instalado de vez dentro de mim

No começo, gostei
que de há muito
os cômodos andavam vazios
e me apressei em passar café e espanar poeira
botei até vaso em flor
No começo eu bem gostei...

Mas aí
foi invadindo tudo, e logo
eu não sabia mais onde me achar as coisas
logo
perdi a liberdade em
e não podia mais nem andar pelada dentro de mim
Comecei a fazer cara de desagrado
-fez que não viu
Dei indireta na mesa posta pra um
- danou-se no assovio
Chegou hora em que resolvi botar mesmo pra fora
aos gritos
-Vai sair pela porta da frente
Que foi por onde se me entrou
Não sai.

Às vezes, parece que foi embora
e abro as janelas de par em par pra fazer correr vento
Às vezes até impressa, mesmo, que se foi para sempre
Mas aí, abro um poema e lhe salta a sombra
ponho um disco e ouço sua voz cantando junto o refrão

Não mora mais em mim.

Mas aparece quando menos espero

Agora, não me vou mais a lugar nenhum sozinha
não me freqüento mais os cantos escuros
com medo de o encontrar
(exceto no silêncio frio de algumas madrugadas
quando somente a  sua sombra
me faz sala e companhia à solidão)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

OFICINA DE POESIA

OFICINA DE POESIA

Com quem: Andréa Muroni
Quando: de 29 de novembro à 22 de dezembro de 2011, às terças e quintas
À que horas: das 9h às 11h
Onde: Patrimônio Histório – Rua Cel Souza Franco, 993 – Centro
Quanto: grátis
Inscrições: até o dia 28/11 na Biblioteca Municipal de Mogi das Cruzes, no Ciarte ou através do e-mail muroni@gmail.com

quinta-feira, 29 de setembro de 2011



Eu hoje estou azul

mas não o azul do céu
claro e límpido dia tempo
Sou eu o azul acizentado
que pulsa no mar revolto

Estou hoje o azul escondido
atrás de nuvens tempestuosas e tristes

O dormente,
recôndito
e envelhecido
eu azul da escuridão

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

VENTO

VENTA

VENTANIA

            IA

TEMPESTA

TEMPESTADE

               DE

                   ILUSÕES

                 (se acabou)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

"mas o caraleo mesmo
é que eu não sei pedir socorro
e quando o faço
todo mundo pensa que é poesia"

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

No fundo do quintal da minha avó

tinha um pé de ameixa

Ele ficava pro lado de lá do muro

no terreiro vizinho

Mas como árvore não respeita emparelhança

metade das frutas caía pro nosso pedaço de quintal



Era fruta de tempo de férias



Eu gostava de passar as manhãs

futucando a árvore com pau de agarrar varal

Minha mãe brigava que tinha cobra

Eu procurava os buracos delas e ovo

nem nunca achei nenhum

A ameixinha amarela nem bicho vivia

e o caroço marrom era liso de pedra de rio

De grande subiram o muro e cortaram a árvore

quiseram semear no lugar um canteiro de cimento

De grande eu acho a fruta na bandeja no mercado

sufocada em filme plástico

Descobri que o nome que a ameixa chama é nêspera

Tem importância não mudar de nome:


A fruta que eu gostava

não dá em pé de banca

terça-feira, 8 de junho de 2010

quanta tristeza
cabe em um dia?


quanta angústia
agrura, amargura?
onde é
o antes de enlouquecer?


quanto ar é preciso
pra encher esse vazio?
pra não sufocar sozinho?
pra exalar um balbucio?


quanta tristeza
meu deus
ainda vai caber em mim?


antes que a noite anoiteça
antes que a vista escureça
antes
que a vida feneça
enfim.

sábado, 6 de março de 2010

na manhã sem sol e sem chuva

ardi e morri sete vezes

.renasci todas.

Apenas para continuar desejando

aquilo que eu não posso ter

quinta-feira, 4 de março de 2010

nas paredes do túnel



fotos e letras na vertigem


do dizer-se menos


(as notas vem do outro lado


eletrificando a escuridão)


na saída há luz


e som


anônimos se resvalam


em mãos de subida e descida


a luz se faz mais forte e irreal


toma forma, o som


mas de nada vale o sol


(a escuridão se emaranhou no em mim)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

"A poeta
quer fazer de conta
que a dor que sente é poesia

              - malogro, engodo, mentira!

A dor que sente dói.
Pulsa.
Mata um pouco
a cada dia
o corpo que espera
(escuso)
o beijo de Amor
que em algum lugar do destino
a nossa vida esqueceu"

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sonho de Poeta

Não tenho o costume de postar poemas que não sejam de minha autoria, já que não é este o propósito do blogue.
Mas em alguns casos eu tenho de abrir excessões.
Como agora, com este belíssimo e invejável texto da Alice Ruiz.
Invejável sim. Porque EU deveria ter escrito este poema.

SONHO DE POETA

Quem dera fosse meu
o poema de amor
definitivo.

Se amar fosse o bastante,
poder eu poderia,
pudera,
às vezes, parece ser
esse, meu único destino

Mas vem o vento e leva
as palavras que digo,
minha canção de amigo.

Um sonho de poeta,
não vale o instante
vivo.

Pode que muita gente
veja no que escrevo
tudo que sente
e vibre
e chore
e ria,
como eu, antigamente,
quando não sabia
que não há um verso,
amor,
que te contente.

sábado, 21 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O círculo infernal das saudades - I

Essa noite me veio em sonhos
e quando te sonho assim
como essa noite te sonhei
você se me fica.

.o d i a t o d o e m m i m.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

Manoel de Barros

Veio me dizer que eu desestruturo a linguagem. Eu desestruturo a linguagem?

Vejamos: eu estou bem sentado num lugar. Vem uma palavra e tira o lugar debaixo de mim. Tira o lugar em que estava sentado. Eu não fazia nada para que a palavra me desalojasse daquele lugar. E eu nem atrapalhava a passagem de ninguém. Ao retirar debaixo de mim o lugar, eu desaprumei. Ali só havia um grilo com sua flauta de couro. O grilo feridava o silêncio. Os moradores do lugar se queixavam do grilo. Agora eu pergunto: quem desestruturou a linguagem? Fui eu ou foram as palavras? E o lugar que retiraram debaixo de mim? Não era para terem retirado a mim do lugar? Foram as palavras pois que desestruturaram a linguagem. E não eu.



in: Ensaios Fotográficos

terça-feira, 14 de abril de 2009

na madrugada fria
uma mulher se senta
na beirada escura da cama

uma mulher nua se senta
escura
na beirada da cama fria

no meio da noite escura
a nudez de uma mulher
- tão fria -
não pode conciliar o sono
e pergunta
- em agonia-

por quê?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

WORKSHOP DE POESIA

OFICINA DA PALAVRA - CASA MÁRIO DE ANDRADE BARRA FUNDA

Rua Lopes Chaves, 546 - Barra Funda - São Paulo/SP
Tel: (11) 3666-5803 / 3826-4085
e-mail: casamariodeandrade@assaoc.org.br
Funcionamento segunda a sexta-feira - 12h às 22h sábados - 9h às 14h

Legenda (S) - Atividades na Sede (E) - Atividades Externas


LITERATURA LITERATURA WORKSHOP DE POESIA E SARAU - 15 vagas (S)

Coordenação: Andréa Muroni

4 a 18/2 - quartas-feiras- 19h30 às 21h30
Público-alvo: interessados com conhecimento intermediário
Faixa-etária: a partir de 18 anos
Seleção: carta de interesse

Inscrições: 26/1 a 30/1

quinta-feira, 27 de novembro de 2008


Queridos


Tive o prazer de ser agraciada, este ano, com o 1º lugar do 4º Concurso Literário de Suzano.


No próximo dia 16 de dezembro haverá no Centro Cultural um evento de lançamento da Revista Trajetória Literária #4 com a devida sessão de autógrafos e distribuição da revista aos participantes.


A quem puder comparecer, meus sinceros agradecimentos. Beijo

Lançamento dia 16 de dezembro - terça - 20h

Local: Centro Cultural de Suzano

Rua Benjamin Constant, 682

Centro - Suzano - SP

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

nem só de pão se vive

só de pão

não se vive

nem só





também não se vive



quinta-feira, 18 de setembro de 2008

"O que tenho pra te dar
é clara e suave luz primeira do dia

É poesia
riso e gosto de sal na boca
(conquanto o que tenha pra te dar seja doce)

Tenho para ti notas
solfejos e sonatas
tenho terra e alegria pueril
fúria de mar e vento e gozo
passadas incertas porém firmes
luz e sono

O que tenho pra te dar
não pode ser mensurado por palavras
mas pode-se tocar com as mãos
(nos braços da chuva virá o que tenho pra ti)

A ti te dou sonhos
vertigens e amanheceres
na alba
clara e suave

luz primeira da manhã"

quarta-feira, 23 de julho de 2008


da minha certidão de ser:

mato recém-criado
nascido do Amor da terra pela água
(lama)
- guarde-reios de sutilezas -

sexta-feira, 27 de junho de 2008

The Masquerade

“É você quem eu quero
mas o outro você
o que está por trás

De você eu quero
aquele que está no escuro
o doente
o febril
quero aquele
escondido no vazio
o das sombras
o insuspeito

Não quero de você
o adorado, o sorridente
o as multidões, este
Desejo, antes
o de alma atormentada
o dos versos escusos
De você só me interessam
as rimas em fúria
o olhar em segredo
É a sua vertigem
o que desejo

(quero as dores que te freqüentam)

Dentro de você, outro você
outro, esconso
você outro
quero o outro
o outro você
quero o outro você

Só me interesso
pelo que está por trás”

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Réstia

"e quanto a mim
sou planta

a planta autônoma e forte
se erguendo, muda
nas frestas do cimento mundo"

terça-feira, 3 de julho de 2007

dos meus dias:
9 horas a orçar
o valor das palavras alheias

dentre muitas
e tantas mais
nenhuma delas é minha
ou de você

(somos aqueles
que soletram a chuva

e areia)