Estou de blog novo: A ESTRUTURA NATURAL e outros temas. Textos esparsos.
domingo, 26 de dezembro de 2004
A REINVENÇÃO DAS HORAS
Meu corpo te pede
meu sono te chama
e na aspereza dessa insone melodia
um novo dia se faz
Minh’alma desnuda
não tem lugar
senão sobre o teu flanco
queda-me a solitude
e a fatigante vigília
de meus olhos cegos
num vazio sem azul
Que hoje não cuido teu corpo
hoje eu não guardo o teu sono
Meu corpo te pede
meu sono te chama
e na aspereza dessa insone melodia
um novo dia se faz
Minh’alma desnuda
não tem lugar
senão sobre o teu flanco
queda-me a solitude
e a fatigante vigília
de meus olhos cegos
num vazio sem azul
Que hoje não cuido teu corpo
hoje eu não guardo o teu sono
RABIOLA
Gosto de usar saias longas em dias de ventania para sentir o vento dançando entre as minhas pernas.
Nada mais dança entre as minhas pernas: nem as estrelas, nem os pássaros e nem as nuvens.
Só o vento dança entre as minhas pernas. O vento e o mar; mas a dança do mar é violenta e sinto-me abarcada com ela.
Gosto mesmo é da dança do vento brincando com minhas saias por entre as minhas pernas.
Nada mais me liberta tanto quanto a dança do vento: nem as estrelas, nem os pássaros e nem as nuvens.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2004
O ANJO QUE COMIA ESTRELAS
(para meu filho Marcelo Aaron)
Que entorpecimento extasiante
tive em meus primeiros momentos junto a ti.
A ti, que fora parte de mim.
E, mais do que ter-te finalmente em meus braços,
o que me inebriava era o cheiro de tua respiração.
Sentir teu hálito novo, me levou a lugares mágicos e belos.
Reinos de fadas, de gnomos, de purezas e de virtudes.
Oh divina embriaguez que os céus
concederam-me a graça de sentir!
Concerniste-me tanto gozo no puro,
que minh'alma fora para sempre liberta
das mesquinharias deste mundo.
Deixe-me estar novamente entregue ao cheiro
que vem de tua boca.
Quando sinto o perfume de tua respiração,
é como se estivesse sentindo
o cheiro
de tua Alma."
segunda-feira, 13 de dezembro de 2004
quinta-feira, 9 de dezembro de 2004
quarta-feira, 8 de dezembro de 2004
terça-feira, 7 de dezembro de 2004
Abro espaço n'O Discurso para o trabalho de Alexandre Beanes. Perdoem-me o excesso de adjetivos mas o poema é excelente e o poeta, grandioso:
"Oh, imensa lua que brilha
tão sedenta de novos ares
e astros a te rodear,
se me destes vida e luz
para que inventastes eclipses
a esconder-te lágrimas?
se não vem ao meu encontro
toma!
devolvo-te tuas asas"
Alexandre Beanes
www.poetizar3.blogger.com.br
"Oh, imensa lua que brilha
tão sedenta de novos ares
e astros a te rodear,
se me destes vida e luz
para que inventastes eclipses
a esconder-te lágrimas?
se não vem ao meu encontro
toma!
devolvo-te tuas asas"
Alexandre Beanes
www.poetizar3.blogger.com.br
segunda-feira, 6 de dezembro de 2004
MADRUGADA
"Hoje não quero falar nada sobre o Amor
muito menos sobre a beleza e suas cores
"Hoje não quero falar nada sobre o Amor
muito menos sobre a beleza e suas cores
Tampouco tenho vozes para a solidão
algoz mordaz desses meus sabores
Não me interessam vida e morte
muito menos suas vicissitudes,
suas calamidades, plenitudes
seus alvoroços e desgostos
as lágrimas mais os risos
as páginas e seus livros
as pedras-palavras
as palavras caras
as letras caladas
as mal faladas
Não me apraz
melancolia
a euforia
o drama
o drama
a cama
agrura
chuva
dura
chuva
dura
hoje
eu
na
d
a"
sexta-feira, 3 de dezembro de 2004
quinta-feira, 2 de dezembro de 2004
"Não me culpo
por me sentir tentada
a provar do gosto das delícias
pois que há fome
como hão de haver também os frutos
e o apetite
não é mais uma questão de consciência
Pobre mesmo do homem
sempre a meter em tudo
doses afetadas de metafísica
Não há metafísica nenhuma
em se estar faminto
o que há mesmo é o medo
mascarado de pudor
e de virtude"
por me sentir tentada
a provar do gosto das delícias
pois que há fome
como hão de haver também os frutos
e o apetite
não é mais uma questão de consciência
Pobre mesmo do homem
sempre a meter em tudo
doses afetadas de metafísica
Não há metafísica nenhuma
em se estar faminto
o que há mesmo é o medo
mascarado de pudor
e de virtude"
quarta-feira, 1 de dezembro de 2004
CALENDÁRIO
É dia, Amor,
mas chove
mas eis que chove em mim
Há um relógio, há uma lida
há um sol
e hão de haver sorrisos...
e o caminhar incessante do destino
e as estradas, rumando
todas em seu caminho
e eu
no abismo desta solidão
cheia
de silêncios famintos
(...cá dentro, o deserto se fez...)
Que eu veja o mundo
com ouvidos de pássaros
que não se casem as imagens
que não me faça sentido
que tudo seja
- menos
a angústia irrepáravel
de Ser
e não ter Sentido
(...que nestes dias, Amor, cansa-me viver...)
É dia, Amor,
mas chove
mas eis que chove em mim
Há um relógio, há uma lida
há um sol
e hão de haver sorrisos...
e o caminhar incessante do destino
e as estradas, rumando
todas em seu caminho
e eu
no abismo desta solidão
cheia
de silêncios famintos
(...cá dentro, o deserto se fez...)
Que eu veja o mundo
com ouvidos de pássaros
que não se casem as imagens
que não me faça sentido
que tudo seja
- menos
a angústia irrepáravel
de Ser
e não ter Sentido
(...que nestes dias, Amor, cansa-me viver...)
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