ALCÂNDOR *
“Brancas, as águas agitam as angras
Não há portos, só navios... meu coração
E o meu coração emerge nas vagas
- e sangra
de desprazimento, enquanto digo-te como um ato de contrição
Há brumas em meu mar que-seria
e nas areias em que não piso... e o sol... jamais
E a tua imagem, em mim, é uma galeria
de paredes vazias, de sombras e visões irreais
Há um quê de lúbrico nesta melúria
inconstante, em sua veleidade descontente
Tua face, vulto fulgidio que incita a minha fúria
Perdida, num querer-te afanoso e ausente
Minha vida, ocaso tenebroso... melodia
muda, sem notas nem arranjo
No paraíso esquecido de meus dias
nunca houve, sequer, nem um anjo
E o meu coração é um camafeu
com as chagas talhadas no lado mais precioso
Anátema comiserado de um deus
caprichoso, lasso e fastioso
Quiçá seja esta dor a única maneira
de decantar e abrandar meu apanágio
Ao pé da torre há ainda uma sementeira e
vez ou outra, hão de tocar os sinos no campanário”
* 1.º lugar da Grande São Paulo - Mapa Cultural Paulista 2001/2002
segunda-feira, 31 de janeiro de 2005
quinta-feira, 27 de janeiro de 2005
Sei que pode parecer um pouco de vaidade, mas não poderia me abster de pôr meu presente no ar.
Depois de passar toda a vida desejando um irmão, não sou mais filha única.
"And: eu te amo, guria!!!
De amor de irmão de traquinagens
amor de brincar de pintar de tarde
em sulfites com giz de cera.
Te amo de cores rosas, amarelas
e outras belas
Te amo de azul misturado com vermelho e laranja
de gargalhar deitado no chão,
e pés no sofá, pro ar
depois da casa bagunçada,
(ê criançada levada!)
rindo dos vagalumes que brotam da lâmpada
e se escondem nos livros da estante!!
Te amo de olhar o teto
por horas em silêncio.
E depois arrumar tudo rapidinho
Porque logo a mãe vai chegar.
Ei!
Ali pode limpar:
Foi você quem rabiscou a parede!!!"
De Júlio Castro
Depois de passar toda a vida desejando um irmão, não sou mais filha única.
"And: eu te amo, guria!!!
De amor de irmão de traquinagens
amor de brincar de pintar de tarde
em sulfites com giz de cera.
Te amo de cores rosas, amarelas
e outras belas
Te amo de azul misturado com vermelho e laranja
de gargalhar deitado no chão,
e pés no sofá, pro ar
depois da casa bagunçada,
(ê criançada levada!)
rindo dos vagalumes que brotam da lâmpada
e se escondem nos livros da estante!!
Te amo de olhar o teto
por horas em silêncio.
E depois arrumar tudo rapidinho
Porque logo a mãe vai chegar.
Ei!
Ali pode limpar:
Foi você quem rabiscou a parede!!!"
De Júlio Castro
quarta-feira, 26 de janeiro de 2005
"Quem sabe a que escuridão de amor
pode chegar o carinho."
(Clarice Lispector)
Em que sonho eu te encontrei?
Em que sonho?
Em que ar?
Em que noite?
Em que curva roubaste o meu pensar?
Em que curva?
Em que pausa?
Em que penar?
Com que olhos hei de te tocar?
Com que olhos?
Com que palavras?
A que custar?
terça-feira, 18 de janeiro de 2005
Este poema é de meu grande e amado amigo Júlio Castro.
Devo dizer que, além de uma pessoa espetacular, o moço escreve muito, muito bem, como se pode ver:
TARDE MORNA DE AZUL
Ande hoje na ponta dos pés,
feche seus olhos,
segure em meu ombro
e me deixe lhe dar um sonho.
Ande hoje na ponta dos pés
e me dê sorrisos em câmera lenta.
Traga seu sopro refrescante,
seu cheiro morno de maresia,
seu beijo quente de nostalgia
e me faça esquecer de morrer.
Depois
posso flutuar com você?
Júlio Castro
Devo dizer que, além de uma pessoa espetacular, o moço escreve muito, muito bem, como se pode ver:
TARDE MORNA DE AZUL
Ande hoje na ponta dos pés,
feche seus olhos,
segure em meu ombro
e me deixe lhe dar um sonho.
Ande hoje na ponta dos pés
e me dê sorrisos em câmera lenta.
Traga seu sopro refrescante,
seu cheiro morno de maresia,
seu beijo quente de nostalgia
e me faça esquecer de morrer.
Depois
posso flutuar com você?
Júlio Castro
segunda-feira, 17 de janeiro de 2005
sexta-feira, 14 de janeiro de 2005
quinta-feira, 13 de janeiro de 2005
quarta-feira, 12 de janeiro de 2005
Digo
mas digo-o com cuidado
para não ferir a solidão do ar
nem perturbar a alva placidez
dos lençóis brancos pendurados no varal
Ouça-me,
e se possível,
com a ponta dos dedos
pois que este
é o meu cortejo
enlevado em silêncios breves
Me dôo aqui
Como quem comunga em rito
Me dou
Que escrever é a minha vertigem
mas digo-o com cuidado
para não ferir a solidão do ar
nem perturbar a alva placidez
dos lençóis brancos pendurados no varal
Ouça-me,
e se possível,
com a ponta dos dedos
pois que este
é o meu cortejo
enlevado em silêncios breves
Me dôo aqui
Como quem comunga em rito
Me dou
Que escrever é a minha vertigem
sábado, 8 de janeiro de 2005
POEMA PARA A QUARTA CORDA
Quisera eu
escrever um poema novo
poema de bailar de asas
de nuvem se esvaecendo
sobre o céu azul
Quisera eu
que meu poema fosse
sonho envolto em gaze
espuma que se espaça
fumaça
Queria antes um poema
com todas as nuances azuis de Bach
- as nuances celestiais da singeleza
a singeleza que dignifica
enobrece e traz sublime calma
à fatigada alma dos homens
Quisera eu
escrever um poema novo
poema de bailar de asas
de nuvem se esvaecendo
sobre o céu azul
Quisera eu
que meu poema fosse
sonho envolto em gaze
espuma que se espaça
fumaça
Queria antes um poema
com todas as nuances azuis de Bach
- as nuances celestiais da singeleza
a singeleza que dignifica
enobrece e traz sublime calma
à fatigada alma dos homens
terça-feira, 4 de janeiro de 2005
O MENSAGEIRO DOS VENTOS
Este tempo que se instala em mim
traz consigo o azul e suas tempestades
é vertigem
e a leveza dos pincéis
que se insinuam em mim com suas cores
quadros e esquadros espasmos
em telas etéreas
su(pra)reais
e a força
que circunda este tempo
é olor balsâmico
força de vento e chuva
broto de flor germinado
mas ‘inda renhido em terra
é a dádiva
e o terror
e de não sabê-lo
teço, coso e amanheço
em palavras, telas, sementes
ósculos nos olhos do pescador
Mas o quanto não o sabes
e jamais o saberás.
Este tempo que se instala em mim
traz consigo o azul e suas tempestades
é vertigem
e a leveza dos pincéis
que se insinuam em mim com suas cores
quadros e esquadros espasmos
em telas etéreas
su(pra)reais
e a força
que circunda este tempo
é olor balsâmico
força de vento e chuva
broto de flor germinado
mas ‘inda renhido em terra
é a dádiva
e o terror
e de não sabê-lo
teço, coso e amanheço
em palavras, telas, sementes
ósculos nos olhos do pescador
Mas o quanto não o sabes
e jamais o saberás.
OFERENDA
Vou pegar todas as minhas coisinhas:
meus lápis de cor de 36 cores,
minhas lantejoulas de estrelinhas – as mais coloridas – de brincar carnaval,
meus recortes de bolinhas e sinos de Natal.
Vou pegar também minha vaca de pelúcia,
minhas palavras de estimação (sem exceção),
minhas bolhas de sabão...
Vou juntar tudo e fazer um pacote com o papel mais colorido e transparente e brilhante e depois que estiver tudo embrulhadinho,
todas essas coisas de que gosto,
posso dá-las todas a você?
Vou pegar todas as minhas coisinhas:
meus lápis de cor de 36 cores,
minhas lantejoulas de estrelinhas – as mais coloridas – de brincar carnaval,
meus recortes de bolinhas e sinos de Natal.
Vou pegar também minha vaca de pelúcia,
minhas palavras de estimação (sem exceção),
minhas bolhas de sabão...
Vou juntar tudo e fazer um pacote com o papel mais colorido e transparente e brilhante e depois que estiver tudo embrulhadinho,
todas essas coisas de que gosto,
posso dá-las todas a você?
domingo, 2 de janeiro de 2005
EXPOSIÇÃO
A poesia foi colocada
no meio do passeio público.
Quem deixou?
A poesia e suas palavras.
A poesia e as cores do filho da poesia.
E ainda por cima
sentaram uma poetisa
no meio da calçada.
No meio da vida.
No meio do trabalho.
Pior,
no meio do descanso.
Quem descansa
com palavras incômodas bem no meio do passeio público?
No meio do sábado?
A poesia e o seu mal-estar.
A poesia com aquelas lentes azuis...
Só mesmo a poesia
- essa desocupada-
para achar que as pessoas
têm tempo para poesia.
A poesia e sua barganha com o tempo.
A poesia se pintando para a vida...
Justo a poesia, que nem sindicato tem,
acha que pode ir por aí se dizendo
só por ser poesia.
E o menino pergunta:
- Pai, isso é arte?
E o pai nem responde.
E o pai nem volta os olhos.
No máximo, resmungará lá na frente
algum monossílabo (mais que suficiente).
A poesia e seu desperdício de palavras.
A poesia e seus exageros.
Tanto trabalho para se evitar a poesia caminho afora,
tanto custo para esquecer a poesia,
e agora a poesia surge
feito susto;
e agora
há de se desviar da poesia.
Agora, se não cuidar
é capaz de se tropeçar numa poetisa.
Quem a colocou lá?
Bem no meio do sábado?
Bem no meio do passeio público?
E pra ajudar
e pra completar o quadro infame
ainda chega o poeta.
Quem deixou, meu deus, essa gente solta na rua?
A poesia, o poeta e a poetisa.
Não tendo amolado o bastante,
eles ainda querem se olhar nos olhos.
Não fosse o incômodo suficiente
eles ainda querem falar da vida.
Já não bastasse o tudo mais
eles ainda ousam se amar:
se amar bem no meio do sábado,
se amar bem no meio do passeio público.
A poesia e essa mania de Amor.
A poesia e sua queda pelo patético.
Então o louco chega em meio à cena.
O louco e sua graduação alcoólica.
O louco e sua poesia doidivanas.
Pergunta se a poetisa
está esquentando a sombra.
E a poesia se sente entendida.
A poesia, enfim, se realiza.
A poesia
- já não era sem tempo-
para descanso do mundo
já pode se recolher.
A poesia foi colocada
no meio do passeio público.
Quem deixou?
A poesia e suas palavras.
A poesia e as cores do filho da poesia.
E ainda por cima
sentaram uma poetisa
no meio da calçada.
No meio da vida.
No meio do trabalho.
Pior,
no meio do descanso.
Quem descansa
com palavras incômodas bem no meio do passeio público?
No meio do sábado?
A poesia e o seu mal-estar.
A poesia com aquelas lentes azuis...
Só mesmo a poesia
- essa desocupada-
para achar que as pessoas
têm tempo para poesia.
A poesia e sua barganha com o tempo.
A poesia se pintando para a vida...
Justo a poesia, que nem sindicato tem,
acha que pode ir por aí se dizendo
só por ser poesia.
E o menino pergunta:
- Pai, isso é arte?
E o pai nem responde.
E o pai nem volta os olhos.
No máximo, resmungará lá na frente
algum monossílabo (mais que suficiente).
A poesia e seu desperdício de palavras.
A poesia e seus exageros.
Tanto trabalho para se evitar a poesia caminho afora,
tanto custo para esquecer a poesia,
e agora a poesia surge
feito susto;
e agora
há de se desviar da poesia.
Agora, se não cuidar
é capaz de se tropeçar numa poetisa.
Quem a colocou lá?
Bem no meio do sábado?
Bem no meio do passeio público?
E pra ajudar
e pra completar o quadro infame
ainda chega o poeta.
Quem deixou, meu deus, essa gente solta na rua?
A poesia, o poeta e a poetisa.
Não tendo amolado o bastante,
eles ainda querem se olhar nos olhos.
Não fosse o incômodo suficiente
eles ainda querem falar da vida.
Já não bastasse o tudo mais
eles ainda ousam se amar:
se amar bem no meio do sábado,
se amar bem no meio do passeio público.
A poesia e essa mania de Amor.
A poesia e sua queda pelo patético.
Então o louco chega em meio à cena.
O louco e sua graduação alcoólica.
O louco e sua poesia doidivanas.
Pergunta se a poetisa
está esquentando a sombra.
E a poesia se sente entendida.
A poesia, enfim, se realiza.
A poesia
- já não era sem tempo-
para descanso do mundo
já pode se recolher.
domingo, 26 de dezembro de 2004
A REINVENÇÃO DAS HORAS
Meu corpo te pede
meu sono te chama
e na aspereza dessa insone melodia
um novo dia se faz
Minh’alma desnuda
não tem lugar
senão sobre o teu flanco
queda-me a solitude
e a fatigante vigília
de meus olhos cegos
num vazio sem azul
Que hoje não cuido teu corpo
hoje eu não guardo o teu sono
Meu corpo te pede
meu sono te chama
e na aspereza dessa insone melodia
um novo dia se faz
Minh’alma desnuda
não tem lugar
senão sobre o teu flanco
queda-me a solitude
e a fatigante vigília
de meus olhos cegos
num vazio sem azul
Que hoje não cuido teu corpo
hoje eu não guardo o teu sono
RABIOLA
Gosto de usar saias longas em dias de ventania para sentir o vento dançando entre as minhas pernas.
Nada mais dança entre as minhas pernas: nem as estrelas, nem os pássaros e nem as nuvens.
Só o vento dança entre as minhas pernas. O vento e o mar; mas a dança do mar é violenta e sinto-me abarcada com ela.
Gosto mesmo é da dança do vento brincando com minhas saias por entre as minhas pernas.
Nada mais me liberta tanto quanto a dança do vento: nem as estrelas, nem os pássaros e nem as nuvens.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2004
O ANJO QUE COMIA ESTRELAS
(para meu filho Marcelo Aaron)
Que entorpecimento extasiante
tive em meus primeiros momentos junto a ti.
A ti, que fora parte de mim.
E, mais do que ter-te finalmente em meus braços,
o que me inebriava era o cheiro de tua respiração.
Sentir teu hálito novo, me levou a lugares mágicos e belos.
Reinos de fadas, de gnomos, de purezas e de virtudes.
Oh divina embriaguez que os céus
concederam-me a graça de sentir!
Concerniste-me tanto gozo no puro,
que minh'alma fora para sempre liberta
das mesquinharias deste mundo.
Deixe-me estar novamente entregue ao cheiro
que vem de tua boca.
Quando sinto o perfume de tua respiração,
é como se estivesse sentindo
o cheiro
de tua Alma."
segunda-feira, 13 de dezembro de 2004
quinta-feira, 9 de dezembro de 2004
quarta-feira, 8 de dezembro de 2004
terça-feira, 7 de dezembro de 2004
Abro espaço n'O Discurso para o trabalho de Alexandre Beanes. Perdoem-me o excesso de adjetivos mas o poema é excelente e o poeta, grandioso:
"Oh, imensa lua que brilha
tão sedenta de novos ares
e astros a te rodear,
se me destes vida e luz
para que inventastes eclipses
a esconder-te lágrimas?
se não vem ao meu encontro
toma!
devolvo-te tuas asas"
Alexandre Beanes
www.poetizar3.blogger.com.br
"Oh, imensa lua que brilha
tão sedenta de novos ares
e astros a te rodear,
se me destes vida e luz
para que inventastes eclipses
a esconder-te lágrimas?
se não vem ao meu encontro
toma!
devolvo-te tuas asas"
Alexandre Beanes
www.poetizar3.blogger.com.br
segunda-feira, 6 de dezembro de 2004
MADRUGADA
"Hoje não quero falar nada sobre o Amor
muito menos sobre a beleza e suas cores
"Hoje não quero falar nada sobre o Amor
muito menos sobre a beleza e suas cores
Tampouco tenho vozes para a solidão
algoz mordaz desses meus sabores
Não me interessam vida e morte
muito menos suas vicissitudes,
suas calamidades, plenitudes
seus alvoroços e desgostos
as lágrimas mais os risos
as páginas e seus livros
as pedras-palavras
as palavras caras
as letras caladas
as mal faladas
Não me apraz
melancolia
a euforia
o drama
o drama
a cama
agrura
chuva
dura
chuva
dura
hoje
eu
na
d
a"
sexta-feira, 3 de dezembro de 2004
quinta-feira, 2 de dezembro de 2004
"Não me culpo
por me sentir tentada
a provar do gosto das delícias
pois que há fome
como hão de haver também os frutos
e o apetite
não é mais uma questão de consciência
Pobre mesmo do homem
sempre a meter em tudo
doses afetadas de metafísica
Não há metafísica nenhuma
em se estar faminto
o que há mesmo é o medo
mascarado de pudor
e de virtude"
por me sentir tentada
a provar do gosto das delícias
pois que há fome
como hão de haver também os frutos
e o apetite
não é mais uma questão de consciência
Pobre mesmo do homem
sempre a meter em tudo
doses afetadas de metafísica
Não há metafísica nenhuma
em se estar faminto
o que há mesmo é o medo
mascarado de pudor
e de virtude"
quarta-feira, 1 de dezembro de 2004
CALENDÁRIO
É dia, Amor,
mas chove
mas eis que chove em mim
Há um relógio, há uma lida
há um sol
e hão de haver sorrisos...
e o caminhar incessante do destino
e as estradas, rumando
todas em seu caminho
e eu
no abismo desta solidão
cheia
de silêncios famintos
(...cá dentro, o deserto se fez...)
Que eu veja o mundo
com ouvidos de pássaros
que não se casem as imagens
que não me faça sentido
que tudo seja
- menos
a angústia irrepáravel
de Ser
e não ter Sentido
(...que nestes dias, Amor, cansa-me viver...)
É dia, Amor,
mas chove
mas eis que chove em mim
Há um relógio, há uma lida
há um sol
e hão de haver sorrisos...
e o caminhar incessante do destino
e as estradas, rumando
todas em seu caminho
e eu
no abismo desta solidão
cheia
de silêncios famintos
(...cá dentro, o deserto se fez...)
Que eu veja o mundo
com ouvidos de pássaros
que não se casem as imagens
que não me faça sentido
que tudo seja
- menos
a angústia irrepáravel
de Ser
e não ter Sentido
(...que nestes dias, Amor, cansa-me viver...)
sexta-feira, 26 de novembro de 2004
terça-feira, 23 de novembro de 2004
DO PAVOR E DO SUBLIME
“Não digo que te quero
embora de mim já tenhas mais
do que todo o meu sorrir
Cúmplice insciente
de meus pequenos crimes de lascívias
e delicadeza
E se o pouco que te vi
do tanto que te olhei
me vem agora em gana fremente
entorpecendo línguas e sentidos
é que de há muito vinham os abraços pelos braços
aguardando a madureza
- Mas não te quero -
não digo que te quero
porque temo os teus medos
Afrontar-te com a simplicidade grandiosa
de apenas querer
aquecer os teus dedos”
“Não digo que te quero
embora de mim já tenhas mais
do que todo o meu sorrir
Cúmplice insciente
de meus pequenos crimes de lascívias
e delicadeza
E se o pouco que te vi
do tanto que te olhei
me vem agora em gana fremente
entorpecendo línguas e sentidos
é que de há muito vinham os abraços pelos braços
aguardando a madureza
- Mas não te quero -
não digo que te quero
porque temo os teus medos
Afrontar-te com a simplicidade grandiosa
de apenas querer
aquecer os teus dedos”
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